“Existem riscos na administração de testosterona para homens com níveis normais e sem nenhuma indicação médica”
A Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM) ou hipogonadismo tardio do adulto baseia-se na coexistência de níveis baixos de testosterona total no sangue mais sinais e sintomas compatíveis. Não devemos, portanto, chamá-lo de “andropausa” porque difere de seu equivalente menopausa em vários aspectos: não ocorre em todos os homens que envelhecem, os sinais e sintomas não são exclusivos dessa entidade e não se manifesta em uma estreita faixa etária.
Diversos sinais e sintomas da DAEM podem estar relacionados apenas ao envelhecimento masculino ou à presença de outras doenças. Portanto, não é uma tarefa fácil estabelecer quais são os aspectos clínicos importantes e relevantes do DAEM.
Os sintomas mais comuns são: diminuição da libido, disfunção erétil, aumento da gordura visceral, perda de massa muscular, perda de massa óssea, diminuição dos pelos, depressão, desânimo, dificuldade de concentração, perda da memória, irritabilidade, declínio do sono e anemia. Não se deve fazer rastreamento de DAEM em homens assintomáticos e sem queixas, exceto em diabéticos e obesos.
Reposição hormonal para quem?
O objetivo da terapia de reposição com testosterona é restaurar os níveis séricos do hormônio masculino. Está indicada apenas para homens com persistentes níveis séricos de testosterona abaixo da normalidade associados aos sintomas de deficiência androgênica.
Existem riscos na administração de testosterona para homens com níveis normais e sem nenhuma indicação médica: eritrocitose ou policitemia (a hiperviscosidade sanguínea pode predispor a trombose arterial e venosa, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral), homens com insuficiência cardíaca congestiva grave podem ter piora do seu quadro clínico, infertilidade irreversível e atrofia dos testículos.
As contraindicações absolutas são câncer de mama masculino e câncer de próstata avançado.
Quando o paciente realmente tem indicação (níveis baixos de testosterona e quadro clínico compatível com DAEM), a resposta clínica ao tratamento de reposição hormonal realmente é muito boa, com comprovação científica e importante melhora da qualidade de vida.
Dr. Antônio de Moraes Jr. – Goiânia, GO
Fonte: Portal da Urologia